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Uma cidade que viveu há menos de dois meses a tragédia do temporal e enchentes, teve cinco dias de um dos carnavais mais animados de todos os tempos. Foram cinco dias de folia desde a noite de sexta-feira, 17, até o raiar do 22, já em plena quarta-feira de cinzas.
Nem parece que no começo de janeiro estávamos contabilizando o levantamento de 41 pessoas desabrigadas, 419 deslocados, 16 desalojados, um óbito e mais 5 pessoas feridas, “por conseqüência das chuvas”.
Os blocos Juegue Elétrico, Manguaças, Garapão, Migué, Piranhas saíram às ruas com sua graça e irreverência, transbordando a euforia que contagiava o povo perfilado nas calçadas.
O membros do Clube Renascer da Melhor Idade partiram, por duas vezes, de sua Sede, no Bairro Coronel Joaquim Lopes em desfile que seguiu as ruas Moreira César, Rua Nova, Coronel Geraldo, Praça Tiradentes e Praça 28 de Setembro. Aconteceu na sexta e na terça-feira. E, depois de cada desfile, foram brincar ao som da Banda do Beto, nas proximidades da escada do balaustre.
Esta Banda é, na verdade, uma perfeita orquestra, de grandes instrumentistas e cantores. É impressionante como um grupo tão jovem domina o repertório de sambas, marchas-rancho e marchinhas dos autênticos carnavais de uma época em que alguns deles não haviam nascido. Os arranjos e acompanhamentos instrumentais são fiéis às composições originais. Não é por acaso que a animação é grande em torno do palco, pelas gerações que acompanham e gostam do carnaval de verdade, uma expressão legítima da cultura brasileira.
As escolas de samba Mocidade Unida de Rio Branco e a Juventude do Barreiro deixaram a sua marca e revelaram que carnaval sem escola de samba não é carnaval.
O Município, há poucos dias, fazia campanha por cestas básicas, água, colchões e roupas para distribuir para famílias que perderam tudo com a enchente. Agora, no Reinado de Momo, sentiu a contagiante alegria do povo, na Praça 28 de Setembro, o salão de visitas da cidade.
Carnaval de 2011. Imagem: Site da Prefeitura
Muita gente veio de fora. E muitos faziam questão de manifestar seu prazer de brincar o Carnaval nesta cidade, porque acham o rio-branquense acolhedor e hospitaleiro. E recebe com muito carinho os visitantes.
Este carnaval passou tranquilo, apesar de pequenas ocorrências policiais, que em nada comprometeram o espírito pacífico de nosso povo.
Nesta tarde, as pistas da Praça em frente ao balaustre e a lateral ao ponto de táxis ainda se encontravam interditadas, enquanto aconteciam os trabalhos de desmontagem dos palcos, coberturas e demais instrumentos necessários à realização do período carnavalesco.
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